Por Rafael Beckman, Gerente de Qualidade e Testes Procenge
Em 2001, o Manifesto Ágil surgiu fortalecendo uma nova perspectiva para a Engenharia de Software. Ele é formado por 4 valores e 12 princípios que abordam diversos pontos. Entre eles, estão a importância da entrega de valor, da abertura a mudanças e da satisfação do cliente.
Assim, o Manifesto Ágil foi e tem sido muito importante para uma profunda transformação na forma como as empresas de software desenvolvem seus produtos. Porém, o tema Agilidade não se conteve ao desenvolvimento dos produtos digitais. Na verdade, houve uma expansão nas suas relações com as várias esferas da criação e gestão de negócios e projetos.
Hoje, fala-se em Agilidade Organizacional, Business Agility, RH Ágil, Gestão Ágil de Projetos de diversas naturezas. Toda essa expansão foi possível devido a percepção de que os valores e princípios trazidos pelo Manifesto Ágil muito mais tratavam sobre comportamentos, do que sobre qualquer segmento de trabalho.
Dessa forma, notou-se que o conjunto de comportamentos estimulado pelo manifesto ágil poderia se tornar fator de transformação profunda em muitas outras áreas, além daquela a qual tinha sido originalmente destinado.
E se Agilidade é comportamento, então, para se tornar um indivíduo ágil é preciso entender e transformar a forma de pensar e de agir.
Neste sentido, preparamos um guia rápido com 4 passos que dão suporte às mudanças que precisam acontecer num processo de transformação de comportamento. Confira:
1. Comece a perguntar “por quê?”
Antes de mais nada, questionar o porquê de pensamentos, ações e fatos é o primeiro passo para a transformação ágil. A imensa importância desse questionamento é a percepção sobre a existência do propósito. A partir do momento que enxergamos ou não o propósito do que acreditamos ou fazemos, percebemos o que de fato faz sentido para o nosso contexto.
2. “Apaixone-se pelo problema, e não pela solução”
Essa frase foi dita pelo israelense Uri Levine, cocriador da plataforma Waze. Ela defende que as formas de tomar decisões e de agir do indivíduo precisam estar continuamente voltadas ao problema a qual se quer resolver. Lembrando que a percepção desse problema jamais deve ser distorcida por soluções, por mais qualificadas que pareçam. Ignorar esta recomendação pode tornar ótimos produtos em péssimas soluções.
Ao questionar o porquê de algo, se faz necessário entender que valor tal comportamento agrega, o que ele busca solucionar. Neste momento, é preciso enxergar um problema, dificuldade ou desafio, e não um produto, serviço ou outro tipo de solução.
3. Deseje a mudança
Aceitar a mudança que o mundo e o contexto sugerem ao comportamento é o primeiro degrau a ser alcançado. Por outro lado, ainda coloca o indivíduo como agente passivo do processo de mudança. Contudo, quando ele acredita e percebe que a mudança pode trazer benefícios a si e a seus resultados, logo passa a desejá-la. A diferença entre o aceitar e o desejar se põe como relevante logo que, com base nas reflexões dos passos anteriores, a mudança precisa acontecer com um propósito.
Mudar por mudar um comportamento pode tanto não acrescentar em nada de valor, como também trazer algum tipo de prejuízo. É preciso ter propósito e esse propósito precisa estar conectado a um problema ou desafio. Além disso, precisa ser claro o benefício da mudança, afinal, o desejo por mudar surge através da percepção desse benefício.
4. Experimente
Um ambiente ágil é um ambiente que fornece espaço para a experimentação e, naturalmente, enxerga os erros como parte desse processo. Ou seja, a transformação ágil acontece em um cenário de aprendizagem. A agilidade reflete um ambiente “empírico controlado”. Isso quer dizer que o método de “tentativa e erro” deve existir de forma direcionada e com o objetivo de sempre alçar desafios maiores e resultados melhores.
Por fim, esse Guia pode tornar-se um facilitador para o indivíduo ou time que quer começar a pensar e agir à luz dos comportamentos propostos pela Agilidade.
Embora não seja nenhuma receita pronta sobre como tornar-se ágil, ele busca estimular a reflexão sobre o que se faz, o que se pensa e o que o motiva a isso. Mas, acima de tudo, o foco é direcionar os esforços para aquilo que realmente faz sentido ao contexto do indivíduo.
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